O Rap no Brasil nasceu em meados da década de 1980 como uma forma de expressão das periferias e uma resposta ao racismo, à desigualdade social e à violência vivida diariamente pela população negra do país. . Apesar de sua força como movimento de resistência, o espaço para as mulheres nesse cenário foi historicamente limitado, com uma predominância masculina tanto nas letras quanto no reconhecimento artístico.
As mulheres negras, em especial, enfrentaram ainda mais desafios para se afirmarem e conquistarem visibilidade. Contudo, nas últimas décadas, temos visto uma ascensão significativa de rappers negras — que têm utilizado a música como ferramenta de transformação social, ao mesmo tempo em que reivindicam seus lugares de fala, especialmente na mídia.
Através de suas letras, essas artistas abordam questões como racismo, machismo, empoderamento feminino e a luta por igualdade, fortalecendo a representatividade feminina e negra no gênero. Na Liddica de hoje, iremos apresentar e enaltecer Ajuliacosta, Ebony, Duquesa e N.I.N.A, que têm emergido como vozes potentes no rap nacional, transformando a indústria e desafiando as estruturas que historicamente tentaram silenciá-las.
Ebony
Ebony é nome artístico de Milena Oliveira, “cria” de Queimados, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro e, atualmente, uma das principais representantes do rap nacional contemporâneo. Com seu estilo único, ela mistura referências do trap, hip hop e pop, trazendo uma sonoridade inovadora e letras que discutem questões de raça, gênero e vivências pessoais. Ebony se destaca por sua autenticidade e por não ter medo de abordar temas delicados, como as pressões estéticas impostas às mulheres negras e o racismo estrutural.
Ajuliacosta
Ajuliacosta é uma artista que nasceu em São Paulo e traz em suas músicas a luta pela liberdade e a desconstrução de estereótipos que cercam as mulheres negras. Com letras afiadas, a cantora denuncia o machismo e o racismo, ao mesmo tempo que celebra a força e potência da mulher negra. Sua presença no rap brasileiro é fundamental para amplificar as vozes das mulheres das periferias, que encontram em suas canções uma identificação com suas próprias lutas.
Duquesa
Duquesa é uma rapper que vem se destacando por sua habilidade lírica e por sua capacidade de construir narrativas potentes sobre o que significa ser uma mulher negra no Brasil. Com uma linguagem direta, a cantora baiana expõe as dores e os desafios enfrentados pela população negra, especialmente pelas mulheres, e denuncia a violência e a opressão que muitas vezes marcam suas vidas. Duquesa usa a música como uma arma de combate e como um instrumento de empoderamento coletivo.
N.I.N.A
N.I.N.A é uma das vozes mais impactantes do rap brasileiro na atualidade. A cantora vem da Cidade Alta, uma comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro e com suas letras politizadas e sua presença forte, ela aborda o racismo, a resistência negra e a luta por direitos. Além de ser uma artista versátil, N.I.N.A é uma ativista que utiliza sua plataforma para promover mudanças sociais, ampliando as discussões sobre a negritude e o papel da mulher na sociedade.
Cida Aripória
Nascida e criada no bairro Mutirão, considerado uma periferia da Zona Norte de Manaus, Cida é pioneira do Rap no Amazonas e já está há mais de 20 anos na estrada, sendo a primeira rapper indígena do Amazonas a lançar um EP. Arapper — que também divide seu tempo atuando como professora de pedagogia — traz em suas letras a vivência amazônica e a luta e história das comunidades e municípios por onde passa e, além disso, também promove batalhas de rimas na capital manauara.
E aí, gostou das indicações?
Então corre para adicionar essas rappers maravilhosas à sua playlist e siga acompanhando o LIDD em nossas redes sociais!🩷🤩