Em 2025, o Brasil celebra os 40 anos do Axé Music — um dos movimentos musicais mais marcantes da história de todo o país!
Surgido em Salvador, na Bahia, durante o verão de 1985, o axé é muito mais do que um gênero musical: é a expressão viva de uma cultura popular, festiva, espiritualizada e resistente.
Desde o início, o axé music foi impulsionado pela criatividade e ousadia de artistas negros e nordestinos, que misturaram ritmos como o samba-reggae, o frevo, o ijexá e o merengue, criando uma batida contagiante que atravessou o país e conquistou todos os cantos do Brasil – chegando até mesmo em outras partes do mundo! Nomes como Luiz Caldas, Margareth Menezes, Carlinhos Brown e tantos outros abriram caminho para um movimento que não apenas embalou carnavais, mas também reivindicou espaço e voz para a cultura afro-baiana em larga escala.
O ritmo também foi (e ainda é) um território de disputa e afirmação: enquanto muitos artistas brancos ascenderam nacionalmente com o gênero nos anos 1990, é impossível apagar o protagonismo negro na fundação e consolidação desse som. A trajetória do axé expõe as complexidades das relações raciais no Brasil, revelando como artistas negros muitas vezes são invisibilizados e marginalizados, mesmo sendo os pilares das estéticas, sonoridades e performances que fazem o sucesso do ritmo que domina o nordeste brasileiro.
Quarenta anos depois, o axé segue vivo nas releituras contemporâneas, na força dos blocos de rua,, nos trios elétricos e nas milhares de vozes que nunca deixaram de cantar na energia que só quem já dançou ao som de “Faraó”, “Baianidade Nagô” ou “O Canto da Cidade” conhece.
Celebrar o axé é também reconhecer a resistência e a inovação de artistas negros e nordestinos que transformaram a cultura brasileira através da música. O axé music é memória, é território e seguirá em movimento por muitos mais anos.
Ajayô, Axé Music!
Millena Salles
Graduanda em Publicidade e Propaganda – UFRJ e Bolsista do LIDD.