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Grupo de estudos: “Não Vão Nos Matar Agora”, Jota Mombaça (2ª parte)

LIDD - CAPAS TWITTER (1)

Ontem (11/09), nosso grupo prosseguiu com a leitura da segunda parte de Não vão nos matar agora (p.49-84), escrito pela multiartista Jota Mombaça. 

Apresentados por Ana Carla, os capítulos retomam a interpretação da autora sobre sistema social, vivências não-normativas, consciência de um mundo opressor e de si mesma.

Ao longo de um rico manifesto em forma de ensaio poético, Jota nos provoca a pensar nas expectativas da performance da identidade (racial, sexual, de gênero) quando inserida num projeto político colonial capitalista cognitivo/extrativista; por sua vez, empenhado em patologizar, desumanizar e violentar subjetividades marginalizadas. 

A metade do livro nos traz profundas análises sobre existência e plena aceitação da monstruosidade, em meio ao regime atual da “economia da ansiedade”, termo usado pela autora ao falar das antecipações sociais (sempre sob uma ótica de ameaça iminente) para com os corpos dissidentes. A alternativa, a fim de fugir desse mundo, então, é a construção de “barricadas”, possibilitando a ampliação das estratégias de sobrevivência.

Terminada a apresentação, o grupo se aprofundou no tema da ansiedade, sobretudo para pessoas negras. A insistência do olhar acusatório do Outro, a atualização de imaginários, as vivências passadas, que tornamos nossas heranças, são as chaves para pensar essa antecipação — e desespero  —  do pior. Só pelo risco de eventualmente sofrer agressão (física ou simbólica), o sujeito dissidente passa a condicionar a própria performance.

Entre falas auto-reflexivas perpassadas por afetos, foram citados trabalhos de artistas inclinados a valorizar as “barricadas” e o cuidado de si, distantes do ritmo ansioso das mentes contemporâneas. 

Nalui fez uma aproximação entre o referido conceito com a felicidade guerreira na letra de “Zumbi”, de Gilberto Gil. Emilly compartilhou um vídeo de Eliziane Barberian, influenciadora digital que utiliza o humor como ferramenta capaz de repensar os rumos da gestão do nosso tempo, tão padronizado e performado nos conteúdos de “rotinas diárias”; pouco aproveitado em práticas de autocuidado. Assim, lembramos que cuidar do bem-estar é mais primordial do que cumprir tantas expectativas sobre nós.

Como mencionado acima, essa discussão foi bastante enriquecedora para o LIDD.

Gostou da resenha? Fique de olho nos próximos encontros!

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