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Grupo de estudos: “O Corpo encantado das ruas” – Luiz Antonio Simas

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Na última quarta-feira (09) realizamos o 2º encontro do nosso grupo de estudos com a leitura e debate dos primeiros capítulos do livro O Corpo encantado das ruas, de Luiz Antonio Simas. A mediação foi feita por Jana Guinond, que nos conduziu com sensibilidade por caminhos encantados de saberes.

Esse encontro surge a partir do desejo do grupo em se aprofundar nas espiritualidades de matriz africana, um movimento iniciado após o LIDD Convida com Sidnei Nogueira. Na ocasião, discutimos a sabedoria de terreiro como princípio metodológico, entendendo as possibilidades que esses saberes trazem para as nossas práticas de pesquisa.

Durante o encontro, refletimos sobre a figura de Exu e como ela foi distorcida por séculos de racismo religioso. Exu, que representa comunicação, transformação e adaptação, nos lembra que nem tudo se resume ao “sim” ou ao “não” — como nas estruturas rígidas do racionalismo. Em vez disso, nos apresenta o “talvez” como possibilidade. A partir da cosmofobia — conceito trabalhado por Nego Bispo —, entendemos o medo colonial de tudo que é vivo, vibrante e coletivo. Simas nos mostra como o sagrado está na rua, no batuque do surdo, na vibração do atabaque, nos carnavais e nas escolas de samba — lugares que mantêm assentamentos vivos e ressoam espiritualidade. A encantaria, nesse sentido, se manifesta nas frestas e nas dobras da cidade, nos corpos que dançam, nas músicas que ecoam e nas folhas que balançam ao vento. 

Foi também um momento de pensar a alegria e a liberdade como formas de resistência frente a uma lógica que valoriza o trabalho enquanto sacrifício. Quando nos negam o direito à conexão, ao descanso e à celebração, nos negam também o poder e a autonomia. Assim, os saberes encantados nos fazem um convite à escuta da intuição, à liberdade do corpo que sente, dança, ginga e se conecta com a rua como espaço de encontro. 

Abaixo você encontra a entrevista com Sidnei Nogueira, mencionada anteriormente: 

“Precisamos voltar para o centro da encruzilhada”. Entrevista com Sidnei Nogueira | Carrera | LÍBERO 

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